Motociclista terá no Rota 65 um acompanhamento fisioterápico
O Fisioterapeuta Alex Farolfi , iniciará um trabalho inovador para orientar e tratar algumas queixas do“pessoal das duas rodas”, Alex afirma que Os problemas posturais de quem pilota estão muito ligados a fatores individuais como a fraqueza e desequilíbrio musculares típicos de pessoas sedentárias.
As articulações e grupos musculares que podem “sofrer” no
motociclista são: a musculatura da coluna cervical, a coluna lombar, o punho, o
cotovelo, os ombros e o joelho.
De uma maneira geral, a postura fixa e prolongada faz com
que certos grupos musculares permaneçam ativos por muito tempo. Por exemplo, o
trapézio e o grande dorsal nas costas. Isso leva ao que chamamos de “trigger
points” ou pontos gatilhos, que é uma dor muscular severa que agrava muito
quando o ventre muscular é pressionado.
Se o indivíduo já possui algum tipo de assimetria, que
chamamos de escoliose, ou seja, o famoso desvio de coluna, a chance disto
ocorrer aumenta, pois já há desequilíbrio muscular entre a musculatura
paravertebral de cada lado.
Fora os pontos gatilhos, uma do aparelho locomotor que é
muito acometida é a coluna lombar. Em geral, o motociclista tende a adquirir
uma postura de flexão da coluna lombar, antagônica à lordose fisiológica, que é
aquela “curvinha” para dentro que todos nós temos que ter. Em geral, o
motociclista flexiona demais a lombar e a põe na frente do quadril. Isto é uma
posição de risco, pois um tranco proveniente de um terreno irregular pode jogar
uma vértebra contra a outra e levar ao que chamamos de hérnia de disco, que é
uma lesão séria e às vezes cirúrgica.
Se o motociclista tem o vício de segurar a manopla de
maneira errada flexionando demais o punho, é comum a sensação de formigamento
por compressão neurológica, em especial de um nervo chamado mediano, que passa
em baixo dos tendões do punho.
O cotovelo estendido o tempo todo pode levar muita energia
cinética para dentro da articulação, especialmente os movimentos vibratórios e
causar reação inflamatória que chamamos de epicondilites, que são inflamações
no ponto de onde nascem os músculos que estendem e flexionam o punho.
Os ombros costumam ser bastante afetados quando o
motociclista matem os braços muito próximos aos 90 graus.
Os tendões responsáveis pela elevação do ombro podem ficar
muito comprimidos contra o osso da ponta do ombro, que chamamos de Acrômio e
desencadear uma doença popularmente conhecida como “bursite”, que nada mais é
que uma tendinite da musculatura que chamamos de manguito rotador.
O fato de se pilotar a moto com o joelho muito tempo
flexionado pode também desencadear dores, pois há contato anormal e mantido da
cartilagem da rótula contra a do fêmur. A cartilagem é uma espécie de almofada
que existe entre os ossos e muito tempo comprimida pode amolecer, se deformar e
levar ao que chamamos de condromalácea.
De uma maneira geral, as motos do tipo Custom tem menor
chance de causar lesões, pois algumas possuem encosto de assento, prevenindo o
vício postural da coluna lombar e os joelhos tendem a ficar menos flexionados.
Mas, os ombros costumam ficar em postura compressiva. Portanto, o tipo de
motocicleta que o indivíduo pilota também está ligado a problemas posturais.
As dicas para se evitar dores articulares e musculares em
motociclistas são:
– Não flexionar demais a coluna lombar. Se ela estiver
ereta, ou discretamente flexionada, qualquer solavanco vai aumentar sua flexão
e ela conseguirá absorver mais energia, assim como uma mola.
– Os punhos devem estar alinhados ao antebraço e não
estendidos.
– Os cotovelos devem estar discretamente flexionados, também
para absorver energia e nunca devem estar acima do nível do ombro.
– O indivíduo deve evitar manter postura fixa por tempo
prolongado. O ideal seria parar e alongar a cada 1 hora de viagem.
Os exercícios regulares como alongamento, tonificação da
musculatura abdominal, dorsal, lombar e rotadores de ombros previnem as lesões
e previnem que o veículo usado tanto no trabalho quanto para os passeios de
final de semana se transforme em um instrumento de tortura.
Fonte do Blog Activ Fisioterapia